E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu… Gênesis 4.1
Opa, devagar! Vamos ler o verso acima de novo: E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu. Espera aí… Num minuto Adão está conhecendo a Eva e no outro ela já está grávida? O que é isso? Gravidez por aperto de mão? Um simples oi e ela já tem um bebê?
Claro que não. Você vai descobrir agora a palavra usada na Bíblia para relações sexuais: conhecer.
Nas Escrituras, quando alguma referência era feita ao ato sexual, a palavra usada no hebraico era yada, que carrega todos estes significados:
yada: conhecer, perceber, notar, observar, descobrir, experimentar, se preocupar com, entender, respeitar, se deixar descobrir, se familiarizar com, se dar conta de
Note nessas palavras o uso da inteligência, da mente, o cuidado um com o outro, a lenta exploração do que é a outra pessoa. Não se percebe pressa, egoísmo, nem apenas um simples prazer carnal. O ato conjugal, conforme idealizado por Deus, é o ápice do conhecimento mútuo entre o homem e a mulher. É o encontro e a troca de corpos, almas, e espíritos. É a entrega total de um para o outro, com o intuito primordial de colocar o prazer da outra pessoa em primeiro lugar.
Compare isso com o que as pessoas entendem por sexo hoje em dia. A banalização do sexo trouxe uma conotação de algo que você pode ter com qualquer pessoa. Não é preciso compromisso. Casar? É opcional. Não é preciso nem saber o nome da outra pessoa, que dirá conhecê-la. É só um momento de prazer. Uma ejaculação. Alguns “ahs” e “uhs”, às vezes nem isso. Prazer mais dele do que dela. Tirar vantagem. Transar. Ficar.
Mas não é somente o sexo informal entre pessoas descompromissadas que está banalizado. Até entre os casados, a ignorância tem lhes roubado o verdadeiro prazer e a alegria do ato conjugal. Para muitos, é algo mecânico. Uma tarefa maçante. Um fardo.
Quando o casal parte para o ato conjugal apenas pensando em sexo, no seu próprio prazer orgástico, eles estão perdendo a essência do que realmente estão fazendo. Estão praticando o sexo, não o ato conjugal. Estão apenas emprestando os corpos e ignorando seus donos. Por isso que depois do ato, muitos se sentem até mais distantes um do outro do que antes. Um senso de terem sido usados.
O ato conjugal é a base do seu casamento. É o momento para vocês se conhecerem, se explorarem, se entenderem como em nenhuma outra situação que possam passar juntos.
Mas para que isso aconteça, vocês têm que resgatar o verdadeiro sentido do que Deus criou e designou como “relação conjugal”. Uma responsabilidade especial sobre isso cai sobre o marido, pois ele é quem deve buscar conhecer sua esposa com o objetivo de realizá-la sexualmente. Ele deve colocá-la em primeiro lugar, demorar o seu próprio prazer para que ela alcance o dela. E antes mesmo das preliminares, sem nem estar pensando em sexo,
em todos os outros momentos, ele deve buscar conhecer sua mulher. Notá-la. O que se passa na cabeça dela? Quais os seus sonhos? Seus temores? Suas necessidades?
Ela por sua vez, quando se nega a ter relações com o marido, está colocando uma barreira entre os dois. Ao mesmo tempo que almeja um marido mais próximo, amigo, e carinhoso, ela o afasta quando resiste a intimidade sexual. Tiro pela culatra.
Deixe-me abrir o verbo:
Mulher, Deus lhe fez um ser altamente sensual para que seu marido ficasse louco por você. Ele quer tê-la. Por isso ele lhe procura. Não pense que ele é um pervertido por isso. Não o rejeite. Mas é claro, aproveite a motivação dele para fazê-lo conhecê-la melhor, ser mais íntimo de você. Não apenas entregue seu corpo, sem que ele trabalhe para se unir à sua alma e espírito também.
Ah, se os casais voltassem ao plano original…
BISPO RENATO CARDOSO